sábado, 17 de setembro de 2011

Jardins Artificiais

Sobre a minha imagem
pendura-se um retrato adormecido,
Não me reflito mais nele
ainda que tente resgatar seu sorriso,
Sua moldura não me serve mais.

Ela me pareceu uma criatura doce,
 Viveu em mim
como o medo embaixo da cama.

Seus sonhos se alimentaram 
dos contos de fada,
mesmo caminhando na tênue das mentiras
entra a luz e a escuridão,
Ela me fez seu espelho
admirando sua infância.

Mas o ontem se dissolveu
e eu,
A abandonei em meio aos
 jardins artificiais da vida,
Acordando no crepúsculo de minha solitude,
Implorando não viver o amanhã,
Amargando em seus versos gélidos.

Procuro-te inocência,
Em cada alegria devastada,
Em cada caminho rabiscado,
toda vez que cerro meus olhos,
em algum canto obscuro
onde posso ter me desviado.

Inocência, leva-me as vertigens dos amantes.
Inocência, faça-me acreditar em cada fragmento de ilusão,
Mas se não for possível Inocência,
Desejo apenas que vele meu sono.