quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Janela aberta



Noite, exale seu perfume escarlate!

Uma janela secreta se abre,
meus gritos
nas asas de um pássaro
em busca de um novo amanhecer
flutuando imerso neste OCEANO-CÉU,
Minhas lágrimas
adormecem abaixo das árvores,
prendendo-me em suas raízes.

Oh, insolúvel pesar!
longa é a espera pela luz,
Eu desejo sair por esta janela
abrir os braços,
Voar uma única vez,
sentir o sereno tocar
os anos expostos em meu rosto,
correr junto as flores,
feri-las ao som do silêncio!
Resvalecer e cair.

E eu,
Eu lembrarei de olhar para trás,
Despedir-me desta casca,
(tudo que fui, tudo que sou, tudo que me restou)

Ainda estou voando!

Oh, pensamentos não me prendam aqui!
livre dos sonhos,
sem regresso.

VOAR!
sinto os segundos
deslizarem minhas veias,
e antes que minhas mãos entrelaçadas
retornem ao chão,
o fim irá me evanescer...

domingo, 9 de outubro de 2011

Sublime

Talvez seja a ultima vez...

Quando os sonhos colidirem com o chão
Um ultimo suspiro arrancarei de mim
Esqueço de abrir os olhos
de novo e sempre,
Somente o que sobrou de Ti me pertence
E sou a única a restar aqui,
Gritos na madrugada,
 risos intrépidos
agouram sobre mim,
Enquanto a verdade sangra
Embriagada pelo desejo,
Um mundo distante atravessa meus pensamentos
Trazendo a cura para cegar minha insanidade
Em suas mentiras  encontro a resposta
Não há ilusões que durem para sempre,
 Somos crianças esquecidas no Éden
Pedindo perdão de dedos cruzados

“e não há verdade que permaneça escondida”


A cidade está em chamas
Suas cinzas clamam por mim
Todos os medos expostos em minha face
É meu único disfarce
 Para me manter longe da escuridão.


sábado, 8 de outubro de 2011

Noturno

O sereno da noite transforma 
seu rosto em cândida aparição,
De longe, sei que me observa
admirando sua presa 
envergada em sua redoma.

feri-me com seu olhar
tingido pela luxúria,
Voando contra a luz
e pelas trevas consumido.

Leia meus pensamentos
venha até mim,
 Oh, Querido solitário!
mostra-me a liberdade de não temer a escuridão,
Deite-me em seu beijo para a eternidade.

Não me retenho aos seus desejos,
beba minha mortal condição
e eu direi que o amo!

Oh, não vê que os anos morrem
e levam um pouco de minha candura!
É tão cruel este frágil querer
perto de seus olhos mortificados.

Seu hálito frio
onde a morte já se fez íntima,
atravessam lentamente minhas veias
me despertando para sempre
em sua fome insaciável.

Torna-me sua súplica,
Vício ou religião.

Acredite no que o clarão da lua nos revela,
e realize meus devaneios,
nunca te encontrarás a ermo,
a noite me fará...
Eternamente sua.