domingo, 11 de dezembro de 2011

Anjo Bipolar

  
Convivendo com sua dor
dia e noite se invertem 
trazendo todos os gritos guardados,
na lembrança das lágrimas quietas.

Em sua mente os espectros 
lhe sorriem do alto do retrato,
reflexo do passado,
sempre vivo, te devorando.

"Não, não consigo deixá-la ir"
Minha perdição são essas memórias,
a loucura que te sonda,
a tortura que te fascina.

Quando em suas mãos enxergas o poder
quebra este sorriso plastificado que zomba de ti,
Ela se suicidou dia após dia nessa parede
agora está livre como  pedaços de vidro pelo chão.

E a canção que trazias na alma,
chorava em meus olhos
suplicando não lembrar mais,
era no paraíso que pensavas?

Se em meu amor encontrasse a cura
eu viveria sua vida,
para não vê-la se desfalecer,
"Não, isso nunca irá nos abandonar"

Os sonhos se vão
mas a doença permanece intacta,
"Oh, anjo que me guarda,
livrai-nos da condição do sofrimento".


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O País das Maravilhas

Essa postagem é uma poesia que escrevi depois de ver o filme do Tim Bourton "Alice in Wonderland",
que é simplesmente uma das melhores adaptações feitas pelo cinema.
Como tudo que é diferente e criativo me encanta, a inspiração não tardou a vir...
   E também é uma homenagem a minha amiga Janaína que adora esse filme tanto quanto eu. 
ESPERO QUE GOSTEM!




Um mistério atrás dos passos de um coelho,
Um submundo tirado de minha imaginação
Caída num conto quase real,
Tudo que alguém precisa querer
Fechar os olhos e deixar acontecer.

Eu obedeço a minha voz
Livre apenas pra voar sobre o céu escarlate,
Nada pode derrubar as fantasias
Protegidos pelo sorriso de um felino
E nada pode nos parar.

De volta à terra do nunca
Ao país das maravilhas
Quando o mundo despertar
Colidir com o que existe
Segure minha mão
Não a rainha vermelha que nos faça regredir
Apenas seja o que você acredita.

Eu me encontrei perdida neste sonho
Segui o caminho guiado pelos meus pés
Fugindo de tudo que dizem certo
Me reencontrando com a minha realidade.

Isto é só um sonho?
eis minha pretensão
derrubarei meus medos, 
aqui não esperamos o bem triunfar
corremos para a batalha. 


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Janela aberta



Noite, exale seu perfume escarlate!

Uma janela secreta se abre,
meus gritos
nas asas de um pássaro
em busca de um novo amanhecer
flutuando imerso neste OCEANO-CÉU,
Minhas lágrimas
adormecem abaixo das árvores,
prendendo-me em suas raízes.

Oh, insolúvel pesar!
longa é a espera pela luz,
Eu desejo sair por esta janela
abrir os braços,
Voar uma única vez,
sentir o sereno tocar
os anos expostos em meu rosto,
correr junto as flores,
feri-las ao som do silêncio!
Resvalecer e cair.

E eu,
Eu lembrarei de olhar para trás,
Despedir-me desta casca,
(tudo que fui, tudo que sou, tudo que me restou)

Ainda estou voando!

Oh, pensamentos não me prendam aqui!
livre dos sonhos,
sem regresso.

VOAR!
sinto os segundos
deslizarem minhas veias,
e antes que minhas mãos entrelaçadas
retornem ao chão,
o fim irá me evanescer...

domingo, 9 de outubro de 2011

Sublime

Talvez seja a ultima vez...

Quando os sonhos colidirem com o chão
Um ultimo suspiro arrancarei de mim
Esqueço de abrir os olhos
de novo e sempre,
Somente o que sobrou de Ti me pertence
E sou a única a restar aqui,
Gritos na madrugada,
 risos intrépidos
agouram sobre mim,
Enquanto a verdade sangra
Embriagada pelo desejo,
Um mundo distante atravessa meus pensamentos
Trazendo a cura para cegar minha insanidade
Em suas mentiras  encontro a resposta
Não há ilusões que durem para sempre,
 Somos crianças esquecidas no Éden
Pedindo perdão de dedos cruzados

“e não há verdade que permaneça escondida”


A cidade está em chamas
Suas cinzas clamam por mim
Todos os medos expostos em minha face
É meu único disfarce
 Para me manter longe da escuridão.


sábado, 8 de outubro de 2011

Noturno

O sereno da noite transforma 
seu rosto em cândida aparição,
De longe, sei que me observa
admirando sua presa 
envergada em sua redoma.

feri-me com seu olhar
tingido pela luxúria,
Voando contra a luz
e pelas trevas consumido.

Leia meus pensamentos
venha até mim,
 Oh, Querido solitário!
mostra-me a liberdade de não temer a escuridão,
Deite-me em seu beijo para a eternidade.

Não me retenho aos seus desejos,
beba minha mortal condição
e eu direi que o amo!

Oh, não vê que os anos morrem
e levam um pouco de minha candura!
É tão cruel este frágil querer
perto de seus olhos mortificados.

Seu hálito frio
onde a morte já se fez íntima,
atravessam lentamente minhas veias
me despertando para sempre
em sua fome insaciável.

Torna-me sua súplica,
Vício ou religião.

Acredite no que o clarão da lua nos revela,
e realize meus devaneios,
nunca te encontrarás a ermo,
a noite me fará...
Eternamente sua. 



  

sábado, 17 de setembro de 2011

Jardins Artificiais

Sobre a minha imagem
pendura-se um retrato adormecido,
Não me reflito mais nele
ainda que tente resgatar seu sorriso,
Sua moldura não me serve mais.

Ela me pareceu uma criatura doce,
 Viveu em mim
como o medo embaixo da cama.

Seus sonhos se alimentaram 
dos contos de fada,
mesmo caminhando na tênue das mentiras
entra a luz e a escuridão,
Ela me fez seu espelho
admirando sua infância.

Mas o ontem se dissolveu
e eu,
A abandonei em meio aos
 jardins artificiais da vida,
Acordando no crepúsculo de minha solitude,
Implorando não viver o amanhã,
Amargando em seus versos gélidos.

Procuro-te inocência,
Em cada alegria devastada,
Em cada caminho rabiscado,
toda vez que cerro meus olhos,
em algum canto obscuro
onde posso ter me desviado.

Inocência, leva-me as vertigens dos amantes.
Inocência, faça-me acreditar em cada fragmento de ilusão,
Mas se não for possível Inocência,
Desejo apenas que vele meu sono.




quarta-feira, 31 de agosto de 2011

há espera...


Deitados nessa relva
pela última vez,
encontros escondidos
mergulhados no céu tão abstrato

Li em seus lábios 
palavras que nunca foram decifradas,
a beleza do desconhecido 
nos liberta dos compromissos de perdão

Venha guiado por esse crepúsculo
traga a sua mensagem,
mostre-me sua alma tão grande
revela-se neste momento

Você pensou me conhecer
apenas por ver meus temores,
sem saber dos sonhos que escondia de seus olhos
sem saber...

Corra, solte seu uivo para o luar
eu queimo nesta ânsia,
me protejo de sua presença
não há meio termo para nós?

(nunca satisfeita...
quero uma razão)

Agora acorde!
não foi uma lembrança
é apenas um sussurro interrompido
As vezes escondo a verdade,
você sabe o que me adoece
Só continue sem saber....

Músicas que rimam com Poesia:
  Boa tarde leitores!!!
A partir de hoje vou estar colocando músicas que tenham letras poéticas ou líricas que tenham uma ligação com as poesias postadas!!!
Espero que gostem!!!





domingo, 28 de agosto de 2011

A Presa e a Fera

Há um imã sobrenatural em você
que me atrai como um desejo tão vil
sinto que trai os princípios
e joguei-os contra mim

Talvez seja meu instinto selvagem
caçando o que me persegue,
talvez você desperte 
meu pecado interior

Sou uma vela acesa por este mal
incontrolável força que me seduz
quando está perto de meus sonhos
eu o prendo nos devaneios

Devo trancar meus pensamentos
e devolve-los a ilusão
ou prostituir -me nessa
insolúvel mentira?

Estou aqui como uma aberração
sendo devorada em minhas questões,
mergulhei até o fundo
e me encontrei em segredos perversos

Mantenho-a presa dentro de mim
não é humano,
é apenas o que sobrou 
daquilo que chamei de amor.


 





terça-feira, 12 de julho de 2011

Depois de um longo tempo...

...sem ter feito nenhuma postagem, volto aqui para mostrar mais uma poesia criada pelo meu pai José Dinalberto de Oliveira, que mesmo sem ser reconhecido pelo mundo, seu talento é eminente e declarado.
   Sem mais delongas, trago aqui meus sinceros agradecimentos a quem visita e doa um  pequeno tempo de seu dia para ler algumas dessas poesias, espero que lhe agradem e boa leitura!    
    
                                   Ave Averbando


     No centro do jardim
Entre urtigas e orquídeas
O arbusto do absurdo
Absorve
A paisagem

Lança aos pássaros
Suas sementes de canto
E às bocas o fruto
Com gosto 
De entardecer

Estende seus ramos
Sobre as conciências
E varre a terça
Parte das 
estrelas

Porém no ventre
De toda pedra
Sempre um sonho medra
E a rima exata
Sempre se desata

Desde que o tempo
Provou ser sua própria
Definição indefinida
Quando da boca de um anjo
Uma mulher roubou do império

A ave e o vôo
Sobre todas as árvores.




sábado, 18 de junho de 2011

Ausência Indômita





Pressinto um velho mal se aproximando
dentro do silêncio que te faz noite,
O mesmo vento inquieto que te trouxe pra perto
agora arrastou-me para tão longe...

Deitada em dunas poliestanas
sem reação a esse momento
permito que meu sono congele,
Uma respiração boreal
me faz lembrar minha existência
tornando a súplica
de um beijo mais eminente.

Minha mente vagando inerte
acima de um corpo solitário,
à espera de um sinal de trégua do tempo
ou apenas um descanso para os olhos.

No quarto amanhece
e as curvas alaranjadas do dia
mancham as cortinas,
invasivos anjos solares
queimando o resto de ilusão.

A memória que me pertuba
enfim se aquece de novo,
mais um amanhã que se vai
e outro que recomeça
repetindo esse antigo ritual.

São breves os momentos abrasadores
que valem tanto a pena
passar por sonos tortuosos
para que finalmente
eu possa te despertar.

domingo, 5 de junho de 2011

Valentine's Day


As palavras que minhas mãos dedilham
são pequenas recordações que tenho de você,
E antes que o dia se vá mais uma vez
Quero estar do seu lado
e entregar-te um beijo de boa noite.

Muitos ventos já percorreram nosso caminho
e num triste descuido seus passos se afastaram dos meus,
Mas hoje as estrelas testemunham o nosso reencontro,
Em seus olhos posso buscar aquela velha alegria
que por muito tempo você guardou a minha espera.

E na ausência de um beijo nunca roubado
sussurrei o seu nome e te segurei em  meus braços,
Deixe o mundo gritar ao nosso redor
e nos esconderemos na luz da lua.
Meu coração se faz inteiro novamente
entre romances e canções,
Não há escuridão que perpetue na noite
e não há busca sem final feliz.

Todas as luzes se apagam atrás de nós
pois somente o futuro nos importa,
Vivendo através desse sonho
agarrados a alvorada que nos liberta.

Todas as vezes que chorar
uma lágrima será minha também,
E nessa vida carregamos muitas mágoas
mas juntos a tristeza se dissipa,
E depois dos pesadelos 
sempre vem a calmaria,
E enquanto esse dia durar,
Querido nosso amor será eterno.




terça-feira, 31 de maio de 2011

Milênios separam começo e fim (Apocaliptica)


Tranquem as portas
e fechem as cortinas,
Por três dias a escuridão se fará infinita.
A imensidão do caos entre as vozes santas
cairão sobre nós.
Não há tempo que desfaça
o mal nascente do chão,
Apenas uma agonia incessante aqui dentro,
Enquanto os que se prendem ao impuro
(todos os pecados escondidos  no fruto)
serão levados por seus próprios pesares.
Não olhe para fora!
Sodoma e Gomora caem novamente,
a nova Babilônia construída em ruínas 
desfaleceu em nome da fé.
Pequenos são nossos olhos 
por não acreditar no cessar dos gritos profanos,
no fim dos falsos deuses.
Depois de estremecer o pilar do egoísmo,
consumido nesse altar frígido,
Uma nova aurora se levanta 
em plena Glória!
(e os passáros entoarão o seu canto).

sexta-feira, 27 de maio de 2011



O que é ser um poeta? A poesia é um dom ou um bem adquirido?
Todos nós já nos deparamos com tais questões, o mundo evolui mas algumas perguntas parecem tão impertinentes quanto os ditados. Na verdade, a poesia nos tempos de hoje acabaram se tornando artigo de pouco valor emocional e acima de tudo cultural. Mas pra que julgar os ditos poetas incompreendidos,  será que devemos todos ter a mesma vocação para Manuel Bandeira, Olavo Bilac, será que todos temos a mesma sensibilidade que teve Cora Coralina ou nossa saudosíssima e paranaense Helena Kolody, a resposta é única, não, não temos.
  Quantas vezes já ouvi em varias vozes diferentes a mesma opinião, "os jovens não sabem escrever poesia, o que escrevem são bobagens parafraseadas de músicas sentimentais", isso lhe parece familiar, ou até mesmo, "como todo mundo é poeta agora, não tem que ser culto para saber escrever", ora cultura é sim um importante instrumento para tudo o que se vai criar, não só  na parte literária mais em qualquer forma de expressão. Porque esse preconceito? De onde vêm esses absurdos psicanalíticos? bom para isso não tenho resposta, mas acredito que poesia é a expressão diferente de cada um ver algo que é natural a todos, existem várias maneiras de se falar sobre o mesmo tema assim como a vários jeitos de se perceber os sentimentos, por exemplo o amor, alvo de muitos poetas, desejada por todos mas alcançadas por poucos, esse não é o tema mais usado até hoje para se poetizar?, e podemos dizer que se pegarmos a maioria das poesias mais famosas elas serão parecidas ou até mesmo idênticas entre elas? não, porque cada um sente de um jeito, como cada pessoa pode se identificar com elas. Então a poesia não tem medição entre  "melhores" e"piores", o que vai entra em ação é a maneira de que cada um irá saborear a poesia, de que jeito cada ser olha para um determinado assunto. Como diz o ditado "gosto é gosto, cada um tem o seu", pode ser clichê,mas a verdade é um clichê e não deixa de ser verdade, "a beleza está nos olhos de quem vê", então por que não aplicar isso em nossas leituras, sejam mais pacíficos e menos críticos, afinal leitura é para ser uma hora de redenção da realidade, uma válvula de escape do cotidiano,uma hora que reservamos aos sonhos e as fantasias, sem obrigações, sem leis a seguir...
  Para terminar, há um a poesia de Florbela Espanca, poetisa portuguesa, que consegue capturar toda a essência dos poetas, e que exprimem além de rimas perfeitas, o verdadeiro sentido da existência de um poeta.

Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)

Ensaio


O verão ainda está distante
Mas os postes exibem seus
Sorrisos de escárnio
Contra o povo

O mês de finados e de todos 
Os santos está longe
Mas os muros já estão
Cobertos de mortalhas

O circo ainda não chegou
Mas os palhaços
Já estão armados..

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sonho passageiro...


Queria eu ser uma estátua
fria e bela,
Imune ao que acontece em meu redor

Em meu rosto haveria apenas
um sorriso inocente esculpido,
Sem as chagas de uma vida passageira

O que escorreria dos meus olhos
não seria um pranto amargo,
E sim o orvalho gélido do amanhecer

E a sujeira do tempo
que transforma a alma em corrupção,
seria lavada,e tão puramente
Voltaria a ser o que era

Poderia ser eu a obra perfeita de um criador
exposta para ser vislumbrada ou
guardar o repouso de um guerreiro caído

Mas mesmo com toda a sua grandeza,
com toda a sua beleza
e seu coração petrificado,
ainda sim seria apenas uma estátua... 

Dentro do Silêncio


Conforme a noite passa
em silêncio
O estupro se faz H-imenso
O míssil se pinta de paz
E o grito (o)primido se faz 
em nada

Enquanto a nossa voz
-Deitada eternamente-
Dentro do hino sente
Culpada.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A Psicanálise do Poema

Vem, deita aqui nesta folha
 E te transforma em palavras.
Faz teu este poema
Confia-me teu problema,
Tua neurose reprimida
-a essência denegrida.
Não sonhes sozinho.
Sonha comigo.
Derrame aqui - só entre nós dois -
O seu inconsciente,
Seu Ente iminente,
Sou seu amigo,
Seu id,
Sua libído.
Venha e descubra
O reverso do divã
No divã do verso.

Q-brado

No chão o mito em pedaços
Cacos de vidros ainda vivos
Imitando a sangue

O copo derramado-frações de
Vidros - a imagem do perigo
Onde antes residia a segurança

Memória quebrada
Sob o olhar embriagado
Que ri e chora uma perda

Presente de casamento
Presente sob os pés molhados 
A imagem de alguém que 

Desejou felicidades retrata
Sobre a roupa manchada/
Da mão já sem forças-
Libertou-se o brado bêbado
Da realidade.

Se eu morresse...


Se eu morresse
Em Canto
Entre parêntesis
Ad(eu)s
Me sepultaria
Para o reino da palavra
Somente uma cacofonia
Suave ida me daria
Se eu morresse a mãe hã
Morreria.

Um último pedido...


E na cólera da noite
A escuridão tomou meu coração
Num mundo onde o medo nos aprisiona
Minha voz livremente alcança as estrelas.
Meus pensamentos ecoam entre essas paredes
Afogada nos gritos de minha alma,
Sua falta custa a desaparecer
E não há nada para me manter aqui.
Você se mantêm tão longe
tão fora do alcance,
Sua imagem escorrega pelos dedos
Venha e leva-me junto a você
Eu nunca direi adeus,
Perdoe-me por fugir da razão,
Cura meus delírios de solidão
Quando deitar meus sonhos em seus braços.
Eu contínuo respirando o fim
E as lembranças  escorrem pelos lábios,
Os dias se arrastam pela chuva,
Como o inverno congelando os olhos amorosos.
E já não me resta sanidade alguma, 
Será que é uma doença o que sinto,
Por desejar que seu amor permaneça em mim...




Distúrbia (a indagação entre o amor e a morte)

Estou presa a vida...
...como meu amor em suas mãos.
Há descanso para o eterno,
Haverá fuga para minha alma,
ALMA!
Já se esvaiu de mim há tempos,
Então o que me retém a beira do precipício.
Esse silêncio gritante ao meu redor,
perseguindo minhas mórbidas horas
Punindo as noites de pecados ou
os dias de insanidade.
Porquê?
Porque ânseio saborear a ferrugem de uma lâmina nos pulsos?
Já não posso me perdoar,
Por desejar o sangue que alimenta seu coração,
Pois ele é o vinho que desperta em meus lábios um pouco de vida.
Clamo a morte para preparar meu túmulo,
Como uma mãe prepara o leito
para sua filha sonhar,
Mas desse sonho não mais voltarei!
Pois meus olhos fecharam para você 
E abriram para o paraíso.

domingo, 15 de maio de 2011

Requiem...

Minha alma rasteja
Entre folhas secas e destruição,
Procurando restos de você
Esquecidos juntos a mim.

Ah, aquele dia cheio de lágrimas
São nuvens prevendo a minha decadência,
A maldição dos meus antepassados
Recaiu sobre meus dias.

Esse vazio que me completa
Ao sabor das quimeras que já disse,
Me espiam atrás da janela
Como um corvo anunciando um nunca mais.

Voe,voe para longe
E leve minhas recordações com você
Nelas habita minha fraqueza,
As cinzas sobre você
São pedaços que não sobrevivem em mim.

Somente diga que se lembra
Lembra da nossa promessa
De sermos eternos um para o outro,
Eu me lembro...

O que está enterrado para você
Ressuscita em mim a cada manhã,
a cada noite adormecida.

Rosas se abrem em carne viva
Sangram com o pulsar de minhas mãos
E nelas me reflito,
Despedaçadas ao chão.

Somente deixe por uma última vez
um beijo de boa noite
Pousar em seu rosto,
E antes que tenha adormecido
Já estará sozinho
Eu me retiro com a escuridão...

Comentários: "requiem" é uma palavra em latim que significa "missa aos mortos",há vários requiens conhecidos, uma delas é o Requiem de Wolfgang Amadeus Mozart...


Por detrás dos óculos

Tanto o morto
Quanto o vivificado,
Enfim,tudo,
Tudo está vidrificado.
Mas se estende a mão
Tudo está tangível,
Sinto o calor das coisas
Sinto os sentimentos
Cósmicos
E a barreirade vidro
É apenas visão
Que a tudo aumenta
E ilumina.
O mundo agora, é uma
Enorme vitrine.

sábado, 14 de maio de 2011

Itinerário das Chuvas


Ver além da chuva
Ver as ondas de um mar
Que na chuva
Se procura
E nessa visão
Ilimitada
Descobrir nas águas
A Voz
Em fragmentos:
Partes desatinadas do mar
É o que cai
Nas chuvas 
Partes desatinadas sou eu 
Do mar 
Que em mim 
Procuro...

domingo, 8 de maio de 2011

Foto



O que me espanta
Não o sorriso plastificado
Ou o brilho do flash
Morto nos olhos

É o espião 
Que de dentro de mim
Na foto
Me espelha

É a nudez das cores
Que me define e me definha
Na entranha
Da foto

É a violência do flash
Que em nervos de segundos
Guarda um instante
Que não mais será

Isto que me espanta
Espanca
E me faz carência
Ausência.


sábado, 12 de março de 2011

Eternal

A rainha da noite desce seu véu sobre as cortinas negras do meu quarto,
Assim como a lua se faz berço para acalentar os amantes esquecidos.

Ao longe as luzes da cidade desenham seu olhar na escuridão,
por dentro vejo alguém que chora,
me parece incontrolável tentar esconder o que as lágrimas mostram.

Cante aquela velha canção 
para ninar as minhas fantasias,
enquanto eu durmo para te reencontrar.
Andando em minha volta o Sonâmbulo chamado saudade
me lembra você a cada instante,
então corro até a janela
tentando capturar sua vida que escapa de mim
Mas talvez hoje
agarrarei em suas asas e voaremos para longe,
perdidos no céu que nos acolhe,
(buscando a eternidade)
ou um esconderijo onde podemos descansar juntos....