Convivendo com sua dor
dia e noite se invertem
trazendo todos os gritos guardados,
na lembrança das lágrimas quietas.
Em sua mente os espectros
lhe sorriem do alto do retrato,
reflexo do passado,
sempre vivo, te devorando.
"Não, não consigo deixá-la ir"
Minha perdição são essas memórias,
a loucura que te sonda,
a tortura que te fascina.
Quando em suas mãos enxergas o poder
quebra este sorriso plastificado que zomba de ti,
Ela se suicidou dia após dia nessa parede
agora está livre como pedaços de vidro pelo chão.
E a canção que trazias na alma,
chorava em meus olhos
suplicando não lembrar mais,
era no paraíso que pensavas?
Se em meu amor encontrasse a cura
eu viveria sua vida,
para não vê-la se desfalecer,
"Não, isso nunca irá nos abandonar"
Os sonhos se vão
mas a doença permanece intacta,
"Oh, anjo que me guarda,
livrai-nos da condição do sofrimento".