sábado, 18 de junho de 2011

Ausência Indômita





Pressinto um velho mal se aproximando
dentro do silêncio que te faz noite,
O mesmo vento inquieto que te trouxe pra perto
agora arrastou-me para tão longe...

Deitada em dunas poliestanas
sem reação a esse momento
permito que meu sono congele,
Uma respiração boreal
me faz lembrar minha existência
tornando a súplica
de um beijo mais eminente.

Minha mente vagando inerte
acima de um corpo solitário,
à espera de um sinal de trégua do tempo
ou apenas um descanso para os olhos.

No quarto amanhece
e as curvas alaranjadas do dia
mancham as cortinas,
invasivos anjos solares
queimando o resto de ilusão.

A memória que me pertuba
enfim se aquece de novo,
mais um amanhã que se vai
e outro que recomeça
repetindo esse antigo ritual.

São breves os momentos abrasadores
que valem tanto a pena
passar por sonos tortuosos
para que finalmente
eu possa te despertar.

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