sábado, 8 de outubro de 2011

Noturno

O sereno da noite transforma 
seu rosto em cândida aparição,
De longe, sei que me observa
admirando sua presa 
envergada em sua redoma.

feri-me com seu olhar
tingido pela luxúria,
Voando contra a luz
e pelas trevas consumido.

Leia meus pensamentos
venha até mim,
 Oh, Querido solitário!
mostra-me a liberdade de não temer a escuridão,
Deite-me em seu beijo para a eternidade.

Não me retenho aos seus desejos,
beba minha mortal condição
e eu direi que o amo!

Oh, não vê que os anos morrem
e levam um pouco de minha candura!
É tão cruel este frágil querer
perto de seus olhos mortificados.

Seu hálito frio
onde a morte já se fez íntima,
atravessam lentamente minhas veias
me despertando para sempre
em sua fome insaciável.

Torna-me sua súplica,
Vício ou religião.

Acredite no que o clarão da lua nos revela,
e realize meus devaneios,
nunca te encontrarás a ermo,
a noite me fará...
Eternamente sua. 



  

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